O resultado superou todas as expectativas e tanto os alunos quanto o grande público foram presenteados com uma verdadeira galeria de arte a céu aberto, totalizando aproximadamente 140 metros quadrados de Grafite na área externa da unidade escolar.
“Era um sonho para mim. Eu já tinha vontade de trabalhar com arte urbana há algum tempo e esse foi o primeiro a ser concretizado na área da cultura, em que pude contribuir para a valorização dos artistas locais. Me senti orgulhosa de ter conseguido superar os problemas que surgem no meio do caminho e realizar meu papel na direção artística e curadoria com sucesso”, conta.
“A princípio, faríamos uma representação dos bairros, mas como São Gonçalo tem 92 bairros fora os sub-bairros, decidimos com a direção da escola mudar a arte para palavras motivacionais. A Diretora atual, Delma Rezende, juntamente com o corpo técnico de diretoras e professoras da escola, nos ajudaram a listar as palavras e foi um acerto incrível”, explica a agente cultural.
A etapa mais desafiadora foi a execução do painel principal por conta da proximidade do transformador elétrico, com uma distância de cerca de 1,5m da alvenaria. Foi necessária a aprovação de um técnico responsável, que recomendou o distanciamento mínimo, que foi respeitado, e a pintura na área de risco foi executada através de extensores de pintura e air less.
“Também contamos com a participação da escola na exibição do documentário Manifesto Graffite, de 2018, realizado pelo Sesc-SG. O filme tem a participação do Siri, do Gal e do Cabal, que ajudaram a introduzir o assunto do Grafite junto aos alunos”, conta.
A imersão da arte urbana na educação aconteceu também com dois dias de oficinas de desenho e Grafite na unidade escolar. Nas aulas de artes, uma prova foi elaborada tendo como tema o projeto e os artistas envolvidos.
Foram realizados, ainda, dois concursos entre os alunos participantes das oficinas: um de Desenho e um de Redação. Os primeiros colocados das duas categorias ganharam tablets e os demais vencedores ganharam fones de ouvido e caixas especiais de lápis de cor. Todos os alunos que fizeram a oficina ganharam um kit de desenho ou de redação.
Após o lançamento do documentário, a próxima etapa é inscrevê-lo em festivais em 2023, fazendo com que alcance cada vez mais pessoas amantes de cultura e arte urbana.
“A Leitura Graffita a Vida” foi contemplado no Edital “Rua Cultural RJ”, patrocinado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (SECEC/RJ), do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Na região metropolitana, depois de todo o processo seletivo realizado, foi o primeiro colocado entre os projetos selecionados, atingindo a nota 92,50/100.
Lançamento no RIW
Da inspiração dos livros à admiração pela arte urbana por meio do Grafite, a primeira versão do documentário que acompanha o trabalho dos artistas que revitalizaram a área externa do Colégio Estadual Doutor Adino Xavier foi exibida no Rio Innovation Week (RIW), no Pier Mauá, em novembro de 2022.
O documentário do projeto foi selecionado junto a outros 20 filmes para fazer parte da programação do CineClube Zezé Motta no evento.
“Foi meu primeiro filme a ser exibido para o público em geral e na telona, que é outro nível. Tive a oportunidade através desse evento de assistir Spike Lee e conhecer outra iniciativa social na área de audiovisual. O Gal e eu, além de participarmos de um bate-papo com o público também encontramos amigos que criam no ambiente do metaverso, chamado Favela DAO. Foi uma experiência inesquecível”, completa Camila Dias Oliveira.
Sobre Camila Dias Oliveira
Arquiteta e Urbanista desde 2009, atua também como pesquisadora na UFF e é estudante na FFP/UERJ em História. Sua carreira como agente cultural se iniciou formalmente no final de 2021, quando participou da elaboração de projetos para editais públicos. Além do edital Rua Cultural RJ, é responsável por projetos contemplados no Editais Estaduais Cultura Presente nas Redes 2, Retomada Cultural 2, Cultura Inclusiva e também o edital de Cultura de São Gonçalo, todos em andamento. A sua dedicação ao estudo e ao conhecimento sobre a cena cultural de sua cidade foram as suas principais fontes de aprendizagem.
Sobre os artistas
Siri do Muro: Vinícius Medeiros, o Siri do Muro, tem mais de 20 anos de experiência no grafite e é considerado um dos artistas urbanos mais conhecidos em sua região. Já realizou inúmeros trabalhos para empresas renomadas como TV Globo, Rede Record, Prefeituras de Niterói e de São Gonçalo. Se tornou especialista em fazer desenhos no estilo Realista, grafitando rostos de personagens ilustres como Paulo Freire e Malala, destacando sempre a importância do Grafite em prol da cultura, arte e educação.
Glauber Gal: Glauber Gal, morador de São Gonçalo, faz parte da primeira geração de grafiteiros do RJ, sendo de grande importância sua vivência como artista e arte educadora. Produz grandes painéis pelo Brasil desde 1996, sendo considerado da velha escola do Grafite carioca e Gonçalense. Participou de vários eventos como o Cores e Valores, Meeting of Style( primeira edição brasileira ), Street of Style, entre outros. Fez vários trabalhos para grandes projetos como Copacabana Open Beach Teenis, EAT, Samba Rap Festival, Festival Harmonia, Festival de Jazz de Montreux, Expo Sesc-SG, Arte Rua, etc.
Vitor Moy: Moy iniciou sua relação com o spray em 2004 nas pichações, mas foi em 2009 com influência de sua esposa, também grafiteira, Mika Mikaelli, que se descobriu no Grafite. Atualmente desenvolve oficinas e o Festival Cores e Valores, que é um evento anual que promove um intercâmbio cultural na Cidade de São Gonçalo – RJ, revitalizando os espaços públicos entre outras ações ligadas a comunidade. No Grafite sua expressão se dá através de desenhos cartoon, que leva um pouco de sua personalidade para os muros. Integrante das CrewsTBC, 3P e BPC.
Cabal: Artista plástico e grafiteiro, graduado em licenciatura em artes plásticas pela UFRJ e pós graduando em Arteterapia. Iniciou sua experiência no Grafite em 2001 após participar das oficinas ministradas por Fabio EMA e Marcelo ECO em São Gonçalo. Efetivou-se como artista de rua em 2011, realizou exposições coletivas e individuais, desde 2016. Atualmente amplia sua atuação nos espaços urbanos e como arte educador, tendo atuado em instituições públicas e privadas como CRAS-SG, Instituto Cipriano Doumas e Sesc-SG.
Sobre o Grafite: Este tipo de manifestação artística surgiu em Nova York, nos Estados Unidos, na década de 1970. É um movimento organizado nas artes plásticas, em que o artista cria uma linguagem intencional para interferir na cidade, aproveitando os espaços públicos para a crítica social. Hoje o estilo desenvolvido pelos brasileiros é reconhecido entre os melhores do mundo.
Redes Sociais
QR CODE: https://linktr.ee/aleitura_
Instagram: @aleitura_graffita_avida
Artistas: @siridomuro , @glaubergal , @vitor.moy e @luizcabal
https://www.instagram.com/p/CfagY61D2KX/
Ficha técnica
Patrocínio: SECEC/RJ – Governo do Estado do Rio de Janeiro
Realização (Proponente-CNPJ): Editora Apologia Brasil
Concepção, Direção, Curadoria e Edição do Documentário: Camila Dias Oliveira representante
da empresa ArquinCult
Artistas: Siri do Muro, Glauber Gal, Vitor Moy e Cabal.
Assistente de Produção: Mika
Registro Fotográfico: Thiago Diniz
Registro Videográfico e Imagens aéreas: Fênix Vídeos
Imagens aéreas finais: Ser Agência (diurnas) e Daniel Goa (noturnas)
Local: Colégio Estadual Doutor Adino Xavier