Pular para o conteúdo

Resumo de Causos 2: A Bruxa da Floresta do autor Eberton Ferreira.

Causos 2: A Bruxa da Floresta! Estamos fazendo uma série dedicada aos quadrinhos de Eberton Ferreira, quadrinista já marcado nos eventos literários pela sua vestimenta de Gonçalo, seu personagem, mas apelidado por todos de Indiana Jones Gonçalense (agora sobre a cidade natal dele, São Gonçalo). 

[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=dAWFDClE_wg[/embedyt]

Trinta anos se passaram na vida de Gonçalo, e hoje, ele deve ter por volta dos seus cinquenta anos. Na revista anterior vimos ele ser convocado para um novo caso pelo Coronel Alcântara. Porém, aqui a coisa já começa escaldando pro nosso ex-bandeirante.

Uma jovem corre pela mata com uma bolsa contendo amuletos, enquanto, a silhueta da bruxa surge narrando a cena. Ela deseja que a menina consiga justamente chegar até Gonçalo. Ela também raptou o jovem Gonçalo, seu filho. Este nós conhecemos nas cenas pós-créditos da revista 1. Tô chamando assim porque ela aparece no final mesmo, tá? Depois dá uma olhada no primeiro vídeo, tá aqui no card. Voltamos alguns meses no tempo.


Temos uma passagem pela Ilha de São Vicente, na tribo dos carijós. Todos estão desesperados com os assassinatos imaginando que o demônios das matas está de volta, jornada enfrentada pelo Gonçalo há trinta anos. Ele, obviamente sabe que isso é impossível, pois apenas ele, Iberê, seu genro e parceiro indígena, e o fidalgo de São Vicente, Martim Afonso, sabiam que o que originou Curupira, era um indígena montando um símbolo e que havia desenvolvido traços de psicopatia. 

Ele estava morto, assim como as vestimentas e tudo mais. Gonçalo também percebe de imediato que os padrões são outros. Agora, além dos amuletos e desse nome chamado por uma das vítimas, “Coca”, agora haviam vasos com membros decepados.

Os símbolos não estão presentes na cultura indígena, embora a cerâmica demonstre ser feita nos costumes locais. “Maldição ao inimigo de fora”, é o que ele consegue após conversar com padre Matias, especialistas em simbologia religiosa.

Entre o povo dos Tamoios, mais uma noite de Terror, braços e pernas costuradas e presa numa árvore uma jovem indígena com símbolo “justiça” talhado na pele. Embora saudável, ela estava completamente fora de si. Ela dizia: a bruxa da floresta tem cara de jacaré.

Houve também um ritual de terror no território dos guaianases. Locais sagrados cristãos e indígenas foram profanados da mesma forma.

O pajé dos guaianases, conta a Gonçalo a história do Grande Líder; uma guerra secreta entre sacerdotes cristãos e indígenas, os símbolos e gestos começaram a serem apropriados um pelo outro. O líder dos guaianases, desejou se tornar cristão para absorver os conhecimentos de lá. Deixando seu irmão, Pássaro Azul, na liderança da tribo.

Frustrado por não poder usar as vestimentas do clero, o grande líder viaja pelas tribos e levanta revoltados contra os portugueses.Traindo o irmão, Pássaro Azul denunciou suas intenções aos portugueses e sugeriu prender ele mesmo o irmão, em troca da clemência. 

Vendo o perigo entre os indígenas, o clero estabeleceu não uma captura apenas, mas uma perseguição à família do Grande Chefe, sua esposa e sua filha são acusadas de bruxaria. Iracema não aceitou a conversão forçada à igreja e é lançada em um fosso para ser devorada por jacarés. Filha e marido, o grande Chefe, são levados pelos soldados e nunca mais foram vistos.

O atual pajé dos guaianases, termina a história oferecendo a Gonçalo, uma alternativa medicinal para os feitiços do inimigo. Gonçalo é convocado com urgência em sua casa e parte embaixo de chuva para casa.

Coca havia atacado sua esposa e suas filhas, que vegetam sobre a cama, nos mesmos efeitos da indígena amarrada na árvore. Elas repetiam; “a bruxa vai pegar você.“ Usando o remédio do pajé.

A família de Gonçalo adormece, e Iberê mostra as mãos e pés deixadas como recado nas paredes da casa. A arrumação dos membros enfurece Gonçalo, primeiro por pertencerem à mesma tribo da esposa, Raíra, e seu amigo, Iberê, e por ainda não conseguir compreender os significados. Iberê então sugere, não existem sinais escritos na língua Tupi-guarani, os numerais eram feitos com as mãos, os pés e os dedos.

Visitando seu livro diário que eu preciso ver publicado aqui pra nós um dia, eles começam a acessar todos os ataques da bruxa e ver se os membros realmente significam números na ordem. 

Enquanto trabalha nisso, coronel Alcântara os fala sobre Anna, que conseguiu escapar com vida da bruxa e traz uma sacola para ser entregue diretamente em suas mãos. Agora, nós nos conectamos diretamente com o início do quadrinho. Um triste detalhe na bolsa trazida pela jovem, dois dedos de seu filho também estavam lá, desesperando Gonçalo.

Sua esposa e filhas acordam, curadas do venenos mas apavoradas pelas lembranças do ataque. Iberê vai até elas para acalma-las até os médicos chegarem. Gonçalo se debruça sobre os amuletos trazidos por Anna e utilizando seus conhecimentos de cartografia; latitude e longitude. Ignorando as peças de um animal e um punhal que não encontra sentido, Gonçalo persegue a localização do covil para finalmente tentar salvar seu primogênito das mãos da bruxa.

Com os dedos do filho, as coordenadas levam Gonçalo de volta à caverna onde ele enfrentou o demônio das matas. Desesperado, o ex-bandeirante cavalga para lá sem nem pedir reforços. Na caverna, jacarés disputam restos mortais e Gonçalo luta pela vida disparando, atacando com fogo espadas.

ALi é uma cena muito maneira, porque a garrucha só tem um disparo, ele joga no chão e saca a espada, ela parte em um jacaré e ataca o outro com o pedaço que sobrou. Saca a faca curta e ataca outro, toma arranhão. No final, cai entre os corpos dos répteis, ferido e exausto.

O ferimento dos jacarés injetam algo no protagonista, ele cai envenenado de joelhos frente a mulher jacaré que surge imensa diante dele. Gonçalo tenta acessar o antídoto que o pajé lhe havia dado, mas a criatura enorme pega em sua cabeça e o lança com força.

Ela, que o guiou até ali, agora entregava pra gente a parte da história que faltava. Ela se revela como a filha do grande chefe! Quando levada com o pai pelos brancos, assim que sua mãe foi jogada no poço de répteis condenada por bruxaria, eles aproveitaram um descuido dos homens brancos e seu pai possibilitou suas fugas.

Eles se abrigam naquela caverna. A reclusão afetou eles e o pai, obcecado em usar magia satânica aprendida com os brancos, tentou trazer a esposa morta de qualquer maneira. O pai resolveu parar os avanços na floresta toda vez que os homens brancos e indígenas se aproximavam de expandir até eles, o grande chefe usa o símbolo que criou para incutir terror e morte sobre eles.

Porém, Nina, filha dele e hoje a bruxa, diz que ele enlouqueceu no processo. Ele ficava obcecado no ritual com os pés para trazer a mãe de volta, e ela ficava no segundo salão da gruta, com os jacarés.

Quando Gonçalo o matou, ela se entregou aos estudos das ervas e artes sombrias do pai, e esperou que seu filho fizesse treze anos, para assim ter a vingança com a mesma idade que a dela, quando Gonçalo matou seu pai, o Curupira. 

Ela arrasta até o filho, para que possa concretizar a sua vingança, e por mais que tenha conseguido ingerir o antídoto, parece não haver tempo suficiente antes da morte, até que Iberê surge a cavalo para salvar o dia. 

Acerta em cheio uma flecha na bruxa, que revida com uma zarabatana no indígena. Ele cai do cavalo e antes de se render à droga, atira sua lança para Gonçalo. 

Ele que se apoia no cavalo para se levantar, consegue monta-lo e no gesto de Iberê, ataca a bruxa de cima do cavalo, sob os olhares das crianças e seu filho. Numa belíssima alusão à imagem de São Jorge e o dragão. 

A luta continua e a Cuca acaba pendurada pelas vestes no alto da pedra, com seus jacarés famintos lá embaixo. Gonçalo tenta erguê-la para que ela seja julgada, mas ela abre as roupas de jacaré e deixa seu corpo despencar para o fim.

As crianças são libertadas e ficamos sabendo que o pajé dos guaianases, que fez o antídoto para Gonçalo e agora ajuda a todos os resgatados, é o pajé Pássaro Azul, irmão do Grande Chefe que descobrimos, se tornou o Curupira da primeira revista.

Assim como aconteceu na primeira edição, Mem de Sá toma a decisão de manter em sigilo a real identidade da bruxa, permitindo assim que o mito se difundisse entre a população. A ideia era criar uma sociedade obediente e controlada através desse medo.

As crianças, presas e dopadas, confundiram as lembranças e acreditavam no sobrenatural dos fatos. Como ele trouxe a manta utilizada pela feiticeira, o povo acreditou ser a própria pele da criatura e durante algumas celebrações, chamavam Gonçalo pelo seu nome de batismo, Jorge. 

Mais uma vez a terra traz o nome da criatura folclórica, uma mistura da Coca, dragão de Portugal ligada a São Jorge, com a palavra Tupi para “engolir de uma vez só”, “tragar”, para a criatura que devorava crianças, Cuca. 

Jorge Gonçalo, hein? Agora temos o primeiro nome do clã Gonçalo da história. Qual seria o nome do jovem resgatado? Será que ele vai dar seguimento ao trabalho do pai, assim como em Castlevania temos os Belmont. 

É bem verdade que em Causos, o sobrenatural é vedado, são histórias muito mais possíveis de acontecer no nosso mundo não místico, né? Mas Gonçalo poderia ser algo bem trabalhado tal qual os Belmont de Castlevania, né? Jorge Gonçalo… gostei!

Cena pós-crédito! Gonçalo fugindo com a família e sendo atacado por indígenas. A família toda lutando pela vida. Parece que eles estão sendo acusados e isso atraiu ódio sobre eles. Gonçalo mencionou algo sobre um novo criminoso que está matando adolescentes indígenas e retirando seus olhos.

Vale lembrar ao final da revista que é uma homenagem ao pai do Eberton que era devoto ao São Jorge e como falamos no vídeo de análise geral da franquia Causos, segue card aqui em cima, era cantor também! Jardel Ferreira faleceu em 18/05/2013 e aproveitamos aqui para sauda-lo também, muitos motivos para estar orgulhoso desse filho também artista, hein? 


Forte abraço em todos e vamos consumir cultura saborosa! Tchau, tchau! 

plugins premium WordPress